Urgência médica é o termo que se refere aos casos que requerem solução rápida, pois podem evoluir para risco de vida. Emergência médica diz respeito à situação grave, perigosa e que coloca em risco a vida do paciente, exigindo resolução imediata.
Abdômen agudo é uma entidade clínica caracterizada por dor e sensibilidade abdominais de início súbito, evolução progressiva e etiologia não traumática. Existem vários tipos de abdômen agudo, cada um com sua respectiva causa, manifestações clínicas e terapêutica.
Os cirurgiões são os médicos responsáveis por acompanhar e tratar esse tipo de doença, uma vez que pode ser necessário intervir cirurgicamente para resolver o quadro e colocar o paciente em segurança. A opção por operar ou não também é decisão do cirurgião, já que sempre deve ser levado em consideração a relação risco-benefício de cada caso.
As doenças agudas do abdômen podem ser classificadas em 5 grupos:
Normalmente são as inflamações do apêndice, da vesícula, dos divertículos e do pâncreas causam essas alterações. Esse tipo de abdômen apresenta-se com dor inicialmente mal localizada, que depois vai se agravando e tornando-se mais bem localizada. Além disso, é comum haver febre, aumento da frequência cardíaca, prostração, náuseas e vômitos.
Essas doenças podem acontecer em qualquer idade, mesmo em pacientes sem outros problemas de saúde prévios. O tratamento com cirurgia normalmente é necessário.
Úlceras do estômago ou intestino, tumores e divertículos podem se perfurar e liberar na cavidade abdominal seu conteúdo, causando intensa irritação das vísceras e das membranas que recobrem o abdômen. O risco de evoluir com infecção generalizada e choque séptico é grande. A dor é súbita e intensa, a palpação do abdômen é insuportável, e o paciente pode apresentar-se irritado e inquieto ou até mesmo prostrado. A cirurgia deve ser indicada e iniciada o quanto antes nesses casos. O início do tratamento precoce aumenta as taxas de sobrevida.
A obstrução das passagens das fezes pelo intestino pode ser causada por tumores intestinais, presença de corpo estranho, formação de um bolo fecal muito ressecado, presença de aderências formadas por fibrose após cirurgias abdominais, giro anormal de parte do intestino e presença de bolo de parasitas intestinais. A brida intestinal é um motivo comum, nesses casos, principalmente nos pacientes que já foram submetidos a alguma cirurgia abdominal.
A dor típica costuma ser em cólica, ao redor da cicatriz umbilical. O paciente relata parada da eliminação de gazes e fezes, e pode apresentar também distensão abdominal, náuseas e vômitos. O tratamento clínico ajuda resolver parcialmente a dor, porém o tratamento definitivo é cirúrgico.
A interrupção do fluxo sanguíneo nas artérias e veias que nutrem e drenam o intestino é responsável por interromper a oferta de nutrientes e oxigênio para sistema intestinal. As principais causas são embolia e trombose da artéria e da veia mesentérica.
Acontece principalmente em pacientes mais idosos, em especial naqueles que apresentam problemas cardíacos (como histórico de infarto agudo do miocárdio e arritmas cardíacas), histórico de acidente vascular cerebral e portadores de placas de gorduras nos vasos sanguíneos. A dor costuma ser súbita, difusa e muito intensa, porém sem achados muito significativos ao exame físico.
A isquemia intestinal (ou infarto do intestino) é uma condição extremamente grave. A única chance de o paciente sobreviver é iniciar o tratamento de forma rápida, incluindo cirurgia para remoção do intestino acometido.
Este quadro é causado pela intensa perda sanguínea. As causas mais comuns são gravidez ectópica rota (gravidez que ocorre fora do útero, lesando a estrutura anatômica onde está se desenvolvendo), ruptura de cistos ovarianos e aneurismas abdominais. O paciente apresenta dor intensa e sinais de perda sanguínea, como queda de pressão arterial, aumento da frequência cardíaca, palidez e sudorese.
O tratamento cirúrgico por laparoscopia (videolaparoscopia) é bem indicado nos casos de gravidez tubária rota e cisto ovariano hemorrágico.
Abdômen agudo é aquele quadro que necessita de um tratamento rápido e preciso, seja ele clínico ou cirúrgico. O cirurgião é responsável por cuidar dos casos de abdomens agudos, uma vez que a intervenção cirúrgica pode se tornar necessária ao longo da evolução clínica do paciente.
A cirurgia laparoscópica (cirurgia por vídeo) pode ser empregada como modalidade de tratamento em diversos tipos de abdômen agudo que exigem cirurgia. Os exemplos mais clássicos são a retirada de apêndice e vesícula, mas quadros de obstrução intestinal por bridas e de gestação ectópica rota e cisto ovariano hemorrágico também podem ser tratados cirurgicamente pela técnica por vídeo.
Na presença de dor abdominal intensa, de início súbito e evolução progressiva, acompanhada de outros sinais e sintomas, é essencial procurar atendimento médico. É importante ser avaliado pela equipe de cirurgia para avaliar o risco-benefício de uma intervenção cirúrgica, bem como para ser bem orientado quanto ao procedimento e aos demais cuidados que deverão ser tomados posteriormente.
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